Apoio ao Padre Júlio Lancellotti e Pastoral do Povo de Rua de São Paulo
“Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu” (Mateus 5.10).
No dia 6 de dezembro de 2023, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), da cidade de São Paulo apresentou proposta de criação de uma CPI com a “finalidade de investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.
Com esta formal finalidade, a CPI é apenas mais uma forma de atacar Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. A própria Arquidiocese percebe e denuncia a ardileza política na proposta da CPI que, simplesmente, quer colocar em dúvida a conduta do Padre Júlio Lancellotti no serviço pastoral à população de rua na cidade de São Paulo. Como afirmou Padre Júlio, ao comentar sobre a CPI, “quem está do lado dos indesejados vai ser indesejado”.
O vereador em questão e seus pares que subscreveram o pedido de CPI não estão preocupados com pessoas em situação de rua e tão pouco querem fiscalizar tecnicamente os convênios que existem entre Prefeitura e ONGs. Querem criar fato político eleitoreiro que, por um lado, agrada um público de pensamento fascista e por outro, coloca na cabeça dos desavisados a desconfiança no trabalho sério e eficaz da Pastoral do Povo de Rua com o Padre Júlio Lancellotti.
Toda a complexidade de problemas para a vida da população de rua está diante dos olhos dos políticos. Mas, quando não querem enfrentar a realidade, agem para criminalizar lideranças e organizações que se dedicam ao trabalho social e humanitário em favor das pessoas excluídas.
O Legislativo da maior cidade da América Latina, que tem poder para fazer CPIs, deveria cobrar, exigir mais do Executivo Municipal para que este cumpra verdadeiramente seu papel de cuidar das pessoas, de fazer chegar o pão, o remédio, a roupa e todas formas de previdência aos que vivem no abandono da rua.
Por isso, repudiamos a intenção política eleitoreira desta CPI e defendemos o trabalho da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, sob a coordenação de Padre Júlio Lancellotti, cujo exemplo de vida e missão nos encoraja a dizer sim ao Evangelho de Jesus e servir sem temor aos mais pobres da nossa cidade.
Estamos cientes da Palavra de Justiça: “Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mateus 25.40).
Reverendo Pilato Pereira, Coordenador do Projeto Ascensão Vida – Serviço Pastoral à População em Situação de Rua da Paróquia da Ascensão / Porto Alegre - RS (Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário